sábado, 6 de agosto de 2011

Dúvidas a respeito do tratamento endodôntico

No que consiste o tratamento de canal?
O tratamento endodôntico consiste na remoção do
tecido pulpar(popularmente conhecido como “nervo”)
infl amado ou infeccionado geralmente devido à cáries
ou traumas. Após a remoção da polpa os canais são limpos,
alargados, desinfectados e obturados (preenchidos).

Quais os benefícios do tratamento de canal?
O tratamento de canal salva dentes que de outra
maneira teriam que ser extraídos. Apesar da polpa ter
sido removida, o dente permanece vital em relação aos
tecidos que o circundam, isto é, ao osso e tecido gengival.

O dente com canal tratado não é um dente morto.
Quantas consultas são necessárias?
O tratamento pode ser na maioria das vezes realizado
em sessão única. Somente os casos mais complicados
necessitarão de mais sessões.

O tratamento de canal é dolorido?
A associação de dor durante o tratamento de canal
faz parte do passado. Atualmente o tratamento endodôntico
é realizado com ausência de dor. Ao contrário,
a endodontia frequentemente alivia estados dolorosos
presentes antes da intervenção
.
O que fazer após o término do tratamento?
O endodontista limita sua prática ao tratamento
endodôntico, portanto é necessário retornar ao seu
dentista o mais breve possível para a restauração fi nal
do dente. Evitando assim a recontaminação do canal
tratado por bactérias presentes na saliva.

Meu dente vai fi car escuro após o tratamento endodôntico?
Não. O escurecimento dental esta relacionado a
uma inadequada limpeza do dente durante a fase de
acesso e preparo dos canais. Além do uso de cimentos,
que possuíam medicamentos em sua composição,
eram os causadores deste escurecimento. Porém nos
dias atuais a maioria destes materiais com esta composição
já não são utilizados.

O tratamento de canal deixa o meu dente mais fraco?
Não. O que ocorre muitas vezes é que o dente
indicado para tratamento endodôntico apresentase
com paredes fragilizadas ou pouca estrutura
dental. A fragilidade do dente esta relacionada ao
remanescente de estrutura dental e a uma adequada
escolha de material e tipo de procedimento restaurador
à ser realizado.

Meu dente dói, mas o dentista falou que precisa tratar o
canal porque tem lesão! O que é lesão?
A lesão é uma resposta patológica à um canal contaminado
por bactérias, que resulta na destruição de
osso e formação de uma imagem radiolúcida(preta)
que aparece no fi nal de uma raiz e pode ser visualizada
através de uma radiografi a. No caso de lesão
sem dor, o dente apresenta-se em um quadro crônico,
porém por alguma razão que leve ao desequilíbrio do
sistema imunológico, este quadro tornar-se agudo e
irá gerar muita dor, além da possibilidade de formação
de edema e inchaço da face caso não receba nenhum
tratamento. A terapia endodôntica é realizada para
fazer a descontaminação do dente, remover o agente
agressor e permitir que o organismo tenha condições
de reparar a lesão, voltando a formar tecido ósseo na
área patológica. Dentes nesta situação necessitam de
controle clínico e radiográfico para o acompanhamento
do processo de cicatrização.

 

Conhecendo a placa de mordida

O que é a placa de mordida?

É um aparelho confeccionado em acrílico que é colocado sobre os dentes e que apresenta três funções principais: a primeira é a de proteger os dentes de se desgastarem em pacientes que apresentam parafunção, como o bruxismo (hábito de ranger dentes); a segunda é a de aliviar as articulações temporomandibulares (localizadas em frente aos ouvidos) contra as forças excessivas que se formam durante a parafunção; e a terceira é a de induzir o relaxamento da musculatura, o que ocorre em apenas alguns casos.

Qual é a sua indicação?

A placa de mordida tem várias indicações. A mais comum é para pacientes que apresentam bruxismo, com a finalidade de proteger os dentes do desgaste. Outra indicação importante é para pacientes que têm problemas nas articulações temporomandibulares e podem apresentar estalidos e travamento.

Como deve ser utilizada?

A utilização da placa depende do diagnóstico. Para os pacientes que rangem os dentes à noite, o seu uso deve ser predominantemente noturno.

Como deve ser a conservação da placa de mordida?

De manhã, a placa deve ser limpa com escova macia e sabonete ou pasta dental e mantida dentro de um recipiente apropriado, com algodão umedecido.

A placa resolve o problema da articulação temporomandibular?

Não. O ato de ranger e apertar os dentes pode ser controlado ou reduzido com o uso da placa de mordida, mas a resolução do problema ocorrerá com o passar do tempo, independentemente do uso da placa. Os problemas articulares poderão ser “acomodados” com a utilização da placa, pois são de auto-resolução e a placa será o agente responsável por reduzir os sintomas. Atualmente, considera-se a utilização da placa como um dos meios de controle dos problemas temporomandibulares. Outros meios de tratamento como fisioterapia, medicação e controle de estresse são também utilizados.

Quando deve ser substituída?
Caso tenha sido confeccionada apropriadamente a mesma placa pode ser utilizada durante todo o tratamento (aproximadamente 6 meses). Porém, se o tratamento se prolongar por mais tempo, se a placa fraturar, ficar amarelada ou com deposição de tártaro, ela deverá ser substituída.

Quando a placa é indicada para dor de cabeça?

A dor de cabeça pode ter inúmeras causas distintas. Feito o diagnóstico e constatada que a dor é de origem muscular ou articular, a placa pode ser um coadjuvante no tratamento, sendo que, geralmente, há também necessidade de medicamento ou fisioterapia.

A placa deve ser mole ou dura?

Pode ser confeccionada em acrílico ou silicone. A placa de silicone é mais confortável, porém seus efeitos são menos controláveis e, por serem mais porosas, retêm mais bactérias e podem causar mau cheiro. Portanto, a placa de acrílico é a mais indicada na maioria dos casos.

Por quanto tempo a placa deve ser utilizada?

A maioria dos problemas de desordem temporomandibular e dor orofacial pode ser controlada em um período médio de 6 meses de uso noturno. Entretanto, em alguns pacientes, devido a fatores como bruxismo exagerado, depressão e estresse, a placa poderá ser utilizada por um período mais prolongado, sob controle periódico do dentista.

A placa de mordida necessita de manutenção?

Conforme a musculatura relaxa ou a placa se desgasta, a oclusão se modifica, devendo, então, ser ajustada periodicamente.

Hipersensibilidade Dentinária

O que é hipersensibilidade (hiperestesia) dentinária?

É a dor que ocorre, geralmente na região do colo do dente, próxima à gengiva, provocada pela escovação, ingestão de alimentos frios, doces, frutas cítricas etc. A dor cessa assim que o estímulo é removido, é de curta duração, tendendo a desaparecer com a mesma rapidez com que se inicia. Assim, a hipersensibilidade nunca começa espontaneamente como acontece comumente com outras causas de dor nos dentes. Entretanto, a distinção entre hipersensibilidade e dor de dente deve ser feita pelo dentista.

A hipersensibilidade significa que a polpa dental (o “nervo” do dente) está doente?

Não, já que a dor é decorrente de mudanças de pressão dentro do dente, provocadas pela variação da temperatura ou por outros estímulos na superfície. Não tem relação com alterações patológicas da polpa dental.

Então, por que o dente dói?

Em condições normais, a coroa do dente (a parte exposta na cavidade bucal) é recoberta pelo esmalte, estrutura resistente às pressões e ao desgaste decorrentes da mastigação (Figura 1). Essa estrutura é praticamente impermeável e definitivamente insensível aos estímulos. As raízes são recobertas por outro tipo de estrutura, denominada cemento. Com o passar do tempo, esmalte e cemento sofrem degradações (Figura 2) que expõem a dentina, estrutura também dura e resistente e que abriga a polpa dental. Dessas estruturas, somente a dentina apresenta sensibilidade. A dentina é bastante permeável, constituída de milhões de canais microscópicos (Figura 1) que, em teoria, ligam a polpa com meio externo quando o esmalte ou o cemento são desgastados. Sem o cemento e o esmalte, a dentina fica sem proteção e sujeita às agressões do meio externo.

Qual a relação da hipersensibilidade dentinária com as lesões cervicais não cariosas?

A hipersensibilidade dentinária ocorre mais comumente na região cervical do dente (colo), onde o esmalte e o cemento são degradados com maior freqüência, expondo a dentina. Quando essa exposição dentinária não é provocada por processo de cárie dental, a área exposta é considerada uma lesão cervical não cariosa (Figura 2). A prevalência dessas lesões é alta, e pode-se antecipar que, em algum momento da vida, qualquer indivíduo poderá ter, pelo menos, um dente com lesão cervical não cariosa.

Quais as causas mais comuns de lesões cervicais não cariosas?

Essas lesões são resultado de uma interação de fatores, em que os mais importantes são a oclusão (contato entre os dentes antagonistas), a alimentação rica em ácidos (frutas cítricas e refrigerantes em excesso, por exemplo) e a escovação dental. A oclusão promove a fadiga das estruturas dentárias na região do colo, as substâncias ácidas causam a dissolução do esmalte e a escovação remove mecanicamente o esmalte enfraquecido ou dissolvido. Fatores sistêmicos também podem contribuir para a degradação das estruturas dentárias, tais como refluxo gastroesofágico, bulimia, hipertireoidismo e qualquer outra doença que reduza o fluxo salivar.

Como tratar a hipersensibilidade dentinária?

O dentista deve empregar os recursos dessensibilizadores (o que pode incluir a restauração das lesões e ajustes oclusais) para reduzir o desconforto imediato da dor e, complementarmente, eliminar as causas da exposição dentinária para impedir a recorrência da hiperestesia.


Higienização de próteses totais

Que tipo de escova deve ser usada para limpar a prótese total?

Existe uma escova dental projetada para dentaduras, cuja característica é a presença de dois comprimentos de cerdas – curtas para higienizar a parte externa e os dentes da prótese, e longas para higienizar a parte interna da dentadura, que é de acesso difícil para a escova comum.

Essa escova não é encontrada com a mesma facilidade para compra como a escova comum, mas pode ser substituída por uma escova macia.

Que produtos devem ser utilizados para complementar a higienização da prótese total?

Atualmente, os fabricantes de escovas dentais já apresentam uma linha de produtos efervescentes para higienização química das próteses, contribuindo para diminuir a dificuldade encontrada pelos idosos ou portadores de problema de coordenação motora. É importante ressaltar que o uso de produtos efervescentes não substitui a higienização com escova e pasta.

Como deve ser feita a higienização bucal do desdentado?

Nos pacientes idosos, freqüentemente portadores de dentadura, o fluxo salivar está diminuído, influenciado também pelo uso de medicamentos, o que pode gerar o início da halitose e maior número de cálculos. Para evitar várias doenças como a candidose, causada por fungo que pode se manifestar na boca, deve-se ter cuidado com a higiene bucal e a limpeza das próteses.

As dentaduras podem ser higienizadas mecanicamente com escovas apropriadas, dentifrício ou sabão e água fria, sempre após as refeições.

Recomenda-se, antes de iniciar a higiene, colocar uma toalha dentro da pia, pois em caso de queda, a prótese não se quebrará. Pode-se completar essa higiene com uma limpeza química com produtos efervescentes ou deixar a prótese em um copo com água e bicarbonato durante a noite.

Deve-se sempre explicar ao paciente que o uso de produtos caseiros como água sanitária ou pós de limpeza (tipo Sapólio) não são indicados, uma vez que descolorem e arranham o acrílico.

Para a higienização da boca, deve-se escovar a língua com movimentos suaves utilizando uma escova macia e creme dental ou limpador de língua encontrado no mercado. Pode-se fazer bochechos com anti-sépticos bucais ou água filtrada e bicarbonato de sódio (2 colheres de chá em um copo com água).

É necessário ficar algum período do dia ou da noite com a prótese fora da boca?

Este é um assunto difícil. Enquanto muitos autores recomendam a remoção das próteses durante a noite, para que os tecidos não fiquem sob ação das próteses e dos possíveis microorganismos a elas associados, a maioria dos pacientes não aceitam essa conduta, pois se sentem constrangidos psicologicamente em tê-las em um

copo. Outro motivo para não dormir com as dentaduras é a diminuição da sua estabilidade e retenção, pois a tendência do paciente é “segurá-las” pela ação muscular ou apertando os dentes durante toda a noite, o que ocasionará dor devido à parafunção. Portanto, é recomendável dormir sem a dentadura, deixando-a sempre em um copo com água e bicarbonato ou produto efervescente para limpeza durante a noite.

Quando não é mais possível higienizar a prótese a ponto de ela ter de ser substituída?

As próteses totais devem ser substituídas no máximo a cada cinco anos, pois os requisitos funcionais e estéticos estarão comprometidos, mesmo que tenham sido cuidadas e higienizadas rigorosamente. Durante esse tempo, deve ter havido controles para se checar tecidos moles, adaptação, oclusão, higiene e de cavidade oral.

Pacientes que tiveram tártaro nos dentes naturais provavelmente terão nas dentaduras artificiais. Não é difícil evitar que ele se forme se for feita uma higienização correta, pois caso contrário, a prótese terá odor desagradável, e a mucosa oral se apresentará inflamada.

Devo usar produtos de fixação?

Quando se coloca um novo par de dentaduras, pode parecer ao paciente que elas estão frouxas, ocasião em que o profissional aconselha que se polvilhe um pouco de pó adesivo na parte interna das mesmas por poucos dias até a adaptação.

Os produtos de fixação não devem ser usados constantemente, pois aumentam a pressão da dentadura sobre os tecidos. Estes não suportam essa pressão aumentada e se contraem, fazendo com que cada vez maiores quantidades de pó sejam necessárias para que a dentadura não fique, na percepção do paciente, frouxa. O uso exagerado do pó adesivo poderá, portanto, levar à necessidade de reembasar ou trocar a dentadura antes do tempo.

Bebidas e alimentos ácidos causam erosão dentária

O que é erosão dentária?

A erosão dentária é outra doença que, além da cárie, compromete a saúde bucal. No entanto, até pouco tempo atrás essa alteração não havia despertado o interesse dos clínicos e pesquisadores.

A erosão dentária é um processo progressivo e destrutivo, caracterizado pela perda do tecido duro dos dentes, por ação de ácidos contidos em bebidas e/ou alimentos ou ainda provenientes do próprio organismo.

Resulta na destruição do dente, independentemente da presença de bactérias, podendo causar alterações estéticas e funcionais ou até mesmo dor.

De que maneira a erosão dentária pode acontecer?

A ingestão de produtos altamente ácidos, tais como refrigerantes, bebidas energéticas e sucos de frutas naturais ou industrializados, é a causa mais freqüente da erosão dentária. Por isso, pode-se dizer que erosão dentária é o problema de saúde bucal da sociedade moderna, decorrente de seus hábitos alimentares.

Saliente-se que a erosão é resultado do contato freqüente do ácido de alimentos e/ou bebidas com a superfície dentária. Assim, para a erosão dentária ocorrer e evoluir, a freqüência de ingestão de produtos ácidos é mais importante do que a sua quantidade. Colocar até mesmo frutas ácidas no cardápio de forma freqüente também não é recomendável.

Qualquer pessoa pode ter erosão dentária?

A erosão é comum em crianças e adolescentes, podendo acometer adultos. Nas crianças, a erosão surge após a administração freqüente de refrigerantes e/ou sucos de frutas naturais ou industrializados, através da mamadeira (que aumenta o tempo de contato da bebida com o dente) e/ou copo. Nos adolescentes, é resultado da ingestão excessiva de refrigerantes ou bebidas energéticas que, na maioria das vezes, são utilizados para substituir água, com o objetivo de diminuir a sede. Além disso, esportistas que ingerem excesso de bebidas energéticas (isotônicas) para repor água e eletrólitos perdidos durante as atividades esportivas podem apresentar erosão dentária. É importante ressaltar que essas bebidas, tanto sob a forma normal, diet ou light são altamente ácidas e podem causar erosão dentária.

Além dos indivíduos que têm ingestão inadequada de alimentos e bebidas ácidas, outros grupos apresentam alto risco de desenvolvimento da erosão. Trabalhadores que manuseiam produtos ácidos podem apresentar erosão, pois eles inalam a substância que está no ar. E pessoas que vomitam freqüentemente também podem apresentar dentes com erosão, pois o suco gástrico que volta para a boca é muito ácido. Desta forma, atenção especial deve ser dada ao refluxo gastroesofágico e à anorexia e bulimia nervosas.

Quais as precauções para evitar a erosão dentária?

Como a erosão é causada principalmente pelo contato direto de bebidas ou alimentos ácidos com o dente, a melhor forma de preveni-la é evitar o uso freqüente desses produtos e procurar ingeri-los fazendo uso de “canudinho”. Outro recurso seria a ingestão de produtos ácidos, juntamente com a ingestão de alimentos ricos em cálcio, como o queijo, para neutralizar a acidez. Também é importante encaminhar ao médico os indivíduos que apresentam vômitos freqüentes, para solucionar o problema.

Existe tratamento para erosão dentária?

O diagnóstico precoce acompanhado do aconselhamento da dieta e o monitoramento ajudam a tratar de forma bem sucedida e prevenir a progressão da erosão dentária. O tratamento restaurador é difícil, oneroso e requer contínuo acompanhamento. Assim, o controle racional do consumo de alimentos com altos índices ácidos será essencial desde a infância.

  • Thais Marchini Oliveira
    Doutoranda em Odontologia, Área de Odontopediatria, pela Faculdade de Odontologia de Bauru/ USP.
  • Daniela Rios
    Professora Doutora do Departamento de Odontopediatria do Centro Universitário de Maringá - Cesumar.
  • Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado
    Professora Associada do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru/USP.
    REFERÊNCIAS
  1. Loon JPV, Bont LGM, Boering G. Evoluation of temporomandibular joint prosthesis: Review of the literature from 1946 to 1994 and implications for future prosthesis designs. J.Oral Maxillofac Surg 1995;53(9):984-96.
  2. Thompson FR. Vitallium hip prosthesis.N Y State J Med. 1952;52(24):3011-20.
  3. Brånemark PI, Hansson HA, Adell R. Osseointegrated implants in the treatment of the edentuous jaw: experience from a ten-years period. Scan J Plast Reconstr Surg 1977;11(1).
  4. Mercury LG,Anspach III WE. Principles for the 13 revision of total TMJ prostheses. Int.J. Oral Maxillofac Surg 2003;32:353-9.
  5. Wolford LM, Dingwerth DJ, Talwar RM, Pitta MC. Comparison of 2 Temporomandibular Joint Total Joint Prosthesis System. J Oral Maxillofac Surg 2003; 61:685-90.
  6. Mercuri LG.Evoluation of temporomandibular joint prosthesis: Review of the literature from 1946 to 1994 and implications for future prosthesis designs. J Oral Maxillofac Surg 1995;53(9):984-96. Discussion.

Dentaduras

Qual é o melhor tipo de dentes?
É difícil estabelecer regras fixas para a escolha de dentes de porcelana ou de resina acrílica. Atualmente, a maioria dos profissionais prefere os de resina acrílica, pois apresentam como vantagens:

- não produzem ruídos quando o paciente mastiga ou fala;
- o perigo de fratura é menor;
- facilidade para ajustes oclusais.

Suas desvantagens incluem:
- a mudanças de forma e de cor;
- maior cuidado na limpeza;
- desgaste com o tempo de uso.

Vantagens dos dentes de porcelana:
- estabilidade da cor;
- facilidade de limpeza;
- o desgaste é clinicamente insignificante.

Desvantagens:
- produzem ruídos quando o paciente mastiga ou fala;
- abrasão nos dentes naturais opostos;
- perigo maior de fraturas.

Qual o tempo de duração de uma dentadura?
A cada 5 anos, o paciente deverá procurar o seu cirurgião-dentista, para uma análise criteriosa para confecção de novas dentaduras. Estética, harmonia facial, desgaste dos dentes, envelhecimento precoce, falta de retenção, reabsorção óssea, dores em algumas áreas são alguns itens importantes para indicação ou não de uma nova dentadura.

Quanto tempo é necessãrio para se acostumar às dentaduras?
A dentadura inferior leva 4 vezes mais tempo que a superior. Quanto mais tempo você empregar na mastigação, melhor será a adaptação. Não coma porções grandes de alimentos no princípio. Divida os alimentos em pequenas porções. Você terá dor e desconforto no começo; se aparecerem pontos dolorosos ou "calos" procure seu dentista, que lhe dará alívio necessário.

Que tipo de alimentos devo comer?
Coma somente alimentos macios e cremosos nos primeiros dias; à medida que for progredindo, coma alimentos mais sólidos e mastigue vagarosamente e por igual a fim de controlar a dentadura e a pressão das gengivas ao morder.

É difícil falar com as novas dentaduras?
Se você tem tendências de misturar as palavras, ou parece difícil, pratique falando em voz alta em frente ao espelho. Normalmente, rapidamente se aprende a falar com a nova prótese.

Por que as dentaduras "machucam"?
Quase sempre elas irão provocar pequenas ulcerações na sua gengiva. É muito difícil fazer dentaduras que não traumatizem a fibromucosa, provocando dores. Quase sempre é necessário realizar controles posteriores, desgastes, ajustes oclusais etc.; não esquecer que as dentaduras são duras, rígidas e o tecido da gengiva é muito delicado e sensível.

0 que fazer com a sensação de "boca cheia"?
Para diminuir seus efeitos, engula com mos freqüência, e, depois de alguns dias, seu organismo se adaptará às novas condições. Os músculos dos maxilares, dos lábios, assim como a língua, ajudam a manter a dentadura no lugar.

Quando as dentaduras provocam náuseas e enjôos, o que fazer?
0 melhor remédio é usá-las o maior tempo possível. Esse reflexo passará logo. Seu dentista pode ajudar verificando a extensão da base e a adaptação no céu da boca.

Devo dormir com as dentaduras?
Muitos usam suas dentaduras artificiais durante as 24 horas; no entanto, se sentir dificuldades porque acorda com dor na boca, ou elas soltam à noite, melhor dormir sem elas.

Como limpar as dentaduras?
Sempre que se alimentar, fazer o possível para lavar as dentaduras por meio de escovas macias. Não usar pó para polir, eles podem conter cáusticos alcalinos, ácidos ou partículas, os quais podem arranhá-la. 0 acúmulo, de antigas partículas pode dar mau odor.
Uma dentadura que não está limpa nunca é confortável. A melhor maneira de evitar o acúmulo de tártaro é não deixar que se deposite.

Devo usar produtos de fixação?
Quase sempre não há necessidade de pó adesivo; deve-se usá-lo somente a conselho do seu dentista.

Muitos pacientes não ficam satisfeitos com a retenção das suas dentaduras; começam por conta própria ou por informação de outros a usar pó adesivo; porém, com a pressão aumentada, a gengiva se reabsorve, se contrai mais rapidamente e as dentaduras ficam cada vez mais frouxas, precisando se aumentar cada vez mais e a quantidade desses "produtos ditos milagrosos".

Orientações sugeridas por José Valdes Conti - Professor Titular do Depto. de Prótese Dentária. Coordenador do Curso de Especialização em Prótese Dentária da FOB-USP.
REVISTA DA APCD V. 49, Nº 5, SET./OUT. 1995

Instruções para o paciente que usa prótese removível

Após uma revisão da literatura, foi elaborado um manual de instruções para os pacientes de prótese removível da Fousp. Ele poderá ser complementado ou modificado para que se encaixe a outras situações, conforme a necessidade. Também poderá ser utilizado com um argumento favorável ao profissional numa eventual situação legal.

Como colocar e remover a prótese removível?

Colocar - Primeiro, posicione a prótese corretamente sobre os dentes. Vá apertando de leve com os dedos, nos dois lados, até que ela se encaixe por completo.

Remover - Remova a prótese com a mesma força que você a colocou, mas no sentido contrário. Para remover a prótese inferior, use os polegares e, para a prótese superior, use os indicadores.

Como limpar os dentes e a prótese?

A prótese e os dentes devem ser limpos sempre após as refeições, pois resíduos alimentares ficam retidos nos dentes, na gengiva e na prótese. (Diminua a quantidade de açúcar e doces).

Dentes - Remova a prótese da boca e passe o fio dental. Em seguida, escove cuidadosamente todos os lados dos dentes com uma escova macia e de cabeça pequena.

Prótese - Segure a prótese em cima de uma toalha ou pia cheia de água, assim se ela cair, não vai quebrar. Escove a prótese depois de comer, usando outra escova, com sabão neutro ou sabonete. Evite usar pasta de dente. Não esqueça de limpar também a parte interna (que fica em contato com a gengiva) e os grampos (que ficam em contato com os dentes).

Não ferva a prótese.

Como mastigar e o que comer com a prótese?

Enquanto você estiver aprendendo a comer, comece com alimentos macios, em pequenos pedaços e mastigando devagar. Alimentos pegajosos e duros poderão ser introduzidos à medida que você se sentir mais acostumado com a sua prótese.

Minha prótese vai funcionar como os dentes naturais?

Toda prótese tem limitações. Desse modo, você poderá não ter a mesma eficiência na mastigação como uma pessoa que tem todos seus dentes naturais. Por isso, cuidado ao comer alimentos duros e pegajosos.

Terei dificuldade para falar?

Você pode encontrar alguma dificuldade para falar no começo. Isso vai melhorar com o tempo, quase sem que você perceba. Procure ler em voz alta para se acostumar mais rapidamente.

Poderei sentir algum desconforto no início?

Desconforto freqüentemente acontece no início. Caso ele persista, remova a prótese antes que ela provoque um ferimento. Deixe de usar a prótese e faça um bochecho com água morna várias vezes ao dia e no dia marcado para o ajuste, recolocar a prótese algumas horas antes de ser atendido. Se você vier com a prótese antiga ou com a nova fora da boca, será difícil saber com certeza onde a prótese está incomodando.

Às vezes a produção de saliva pode aumentar, voltando ao normal com o uso.

Depois de calejar vai melhorar?

Não. Você não tem que sofrer até formar um calo para acostumar com sua prótese. Se a prótese estiver machucando, não é calejando que vai melhorar. Procure o seu cirurgião-dentista.

Cuidado - Perigo!!!

Não usar alicate ou qualquer outra ferramenta para apertar ou afrouxar os grampos ou “ferrinhos”.
Não usar lixas ou qualquer outra coisa para desgastar onde estiver machucando.
Não fazer qualquer tentativa de ajuste.
Não morder objetos, sugar os lábios ou a bochecha por entre a prótese.

Cuidado com os conselhos de parentes e amigos. Se você tiver algum problema com sua prótese, procure o seu cirurgião-dentista.

Eu devo usá-la o tempo todo?

A prótese deve ser removida à noite para dormir, pois a gengiva e os dentes que a suportam, precisam de uma oportunidade de descanso depois de um dia duro de trabalho. Quando não estiver usando sua prótese, guardá-la em um local seco e seguro.

Quando devo voltar ao cirurgião-dentista?

O tratamento com sua prótese começa agora. Retornos periódicos são muito importantes para o controle do trabalho realizado e avaliação de sua saúde bucal. Sendo assim, não deixe de ir aos retornos agendados pelo cirurgião-dentista.

• Roberto Chaib Stegun
Professor Doutor do Departamento de Prótese da Fousp.
• Bruno Costa
Professor Doutor do Departamento de Prótese da Fousp.
• Alessandra Pucci Mantelli Galhardo
Aluna do Programa de Aperfeiçoamento do Departamento de Prótese da Fousp.
• Álvaro Luis Ichi
Aluno do Programa de Aperfeiçoamento do Departamento de Prótese da Fousp.
• Mara Rejane Barreto Alves Rocha
Aluna do Programa de Aperfeiçoamento do Departamento de Prótese da Fousp.

Jan./Fev 2008
Vol. 62 Nº 1

extraído :http://www.apcd.org.br

A importância da radiografia panorâmica na Odontologia

A radiografia panorâmica é um importante exame radiográfico utilizado para o diagnóstico e planejamento terapêutico das doenças dos dentes e dos ossos da face. Atualmente, a maioria dos dentistas solicita esse exame no início e no controle dos tratamentos odontológicos.

O que é radiografia panorâmica e quais são as suas vantagens?

O exame ortopantomográfico, mais conhecido como radiografia panorâmica, é um exame útil e bastante prático para complementar o exame clínico no diagnóstico das doenças dos dentes (cáries ou doenças endodônticas) e dos ossos da face. Através desse exame, o dentista pode visualizar todos os dentes de uma só vez, inclusive os que ainda não estão erupcionados. Cáries, fraturas dentais, infecções ou outras doenças dos ossos que sustentam os dentes podem ser visualizadas e, muitas vezes, diagnosticadas.

Além do diagnóstico das lesões dentais, quais as outras indicações das radiografias panorâmicas?

Praticamente no diagnóstico de todas as lesões dos ossos da maxila e mandíbula. Através desse exame, pesquisam-se reabsorções ósseas e radiculares, cistos, tumores, inflamações, fraturas pós-acidentes, distúrbios da articulação temporomandibular (que causam dor na região de ouvido, face, pescoço e cabeça) e sinusite. É comum solicitá-lo também como exame pré-operatório em cirurgias dos dentes e ossos.

Nas crianças, quando são indicadas as radiografias panorâmicas?

Em Odontopediatria, esse exame tem amplas indicações, tanto na prevenção como no diagnóstico de distúrbios dentais e faciais.

ta pode fazer o “pré-natal” dos dentes, examinando-os mesmo antes que eles erupcionem, podendo analisar sua localização, forma, angulação e a presença de dentes extranumerários (dentes que excedem o número normal) ou agenesia (falta do germe dentário) e assim prevenir ou atenuar futuros problemas estéticos e/ou relacionados à articulação. O estudo dos ossos na procura por lesões intra-ósseas, como cistos e tumores, também faz parte de uma boa odontologia preventiva.

Existe algum perigo quando se realiza a radiografia panorâmica?

Atualmente, com os modernos aparelhos de raios X, a proteção dos aventais de chumbo e os filmes mais sensíveis, esse método é bastante seguro. Nas mulheres grávidas, optamos por realizá-lo depois do terceiro mês de gestação ou após o parto, dependendo da necessidade do caso e sempre observando as medidas de segurança.

É um exame caro?

Não. Se compararmos os benefícios que ele proporciona, veremos que o preço é acessível para a população. Além das clínicas particulares, existem órgãos públicos e faculdades de Odontologia que dispõem de aparelhagem necessária para realizá-lo.


texto extraido: http://www.apcd.org.br