sábado, 17 de setembro de 2011

Efeitos colaterais da Radioterapia no tratamento de câncer de cabeça e pescoço

Quais os efeitos colaterais mais comuns da Radioterapia realizada na região de cabeça e pescoço?

Dermatite
A pele encontrada no campo irradiado poderá sofrer alterações como descamação, formação de bolhas, eritema (vermelhidão), necrose, como também dor e ardência nos casos mais severos.
Mucosite-Estomatite (Feridas na boca)
A mucosite é uma inflamação da mucosa bucal, pode aparecer como irritação nas gengivas, na garganta e até feridas na boca, aumentando o risco de dor, infecção e comprometendo a nutrição.

Xerostomia (sensação de boca seca)
Durante o tratamento do câncer de cabeça e pescoço, através da radioterapia, as glândulas salivares estão usualmente dentro da zona de irradiação, provocando alterações morfofisiológicas das mesmas com consequente diminuição do fluxo salivar. Essa disfunção das glândulas salivares dificulta a fala, a mastigação e a deglutição, aumenta o risco de infecções bucais, o risco de cárie, mau hálito e doença periodontal. A intensidade da boca seca depende da dose de radiação e de quantas sessões o paciente precisa fazer.

Infecção
Pode ser bacteriana, viral ou fúngica, resultante da redução da salivação (boca seca), da lesão de mucosa por radiação e da interrupção do equilíbrio no ecossistema da cavidade bucal.

Cárie de radiação
A saliva é de fundamental importância para a manutenção dos tecidos bucais e deste modo, pacientes com acentuada queda do fluxo salivar, decorrente da radioterapia, juntamente com uma má higienização, tendem a apresentar lesões de cárie.

Alteração do paladar
A alteração de paladar ocorre em grande parte dos pacientes e é explicada pela atrofia gradativa das papilas gustativas e aumento da viscosidade da saliva por ação da radioterapia. Com o término do tratamento, o paladar pode se restabelecer em aproximadamente quatro meses, entretanto, alguns pacientes referem não apresentar remissão do quadro.

Trismo
Durante a radioterapia, a Articulação Temporomandibular (ATM) e os músculos da mastigação ficam expostos ao feixe primário da radiação de região de cabeça e pescoço e sofrem fibrose gradual, resultando na dificuldade para abrir e fechar a boca.

Osteorradionecrose
É caracterizada por uma infecção do tecido ósseo, a mandíbula é a mais comumente envolvida devido à maior densidade do osso. A radioterapia provoca uma redução da atividade dos osteoblastos (células formadoras de osso) e alteração nos vasos sanguíneos, tornando o osso menos irrigado e conseqüentemente, mais vulnerável à infecção e com menor capacidade de reparação.


                               
                 Figura 1( Osteorradionecrose)                                 Figura 2 (Cárie de radiação)

Fonte:Revista da APCD - 2010 - Volume 64 - Nº 6

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