sábado, 24 de janeiro de 2009

Auto-Medicação

USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIÓTICOS

1. QUAIS SÃO AS INDICAÇÕES PARA A UTILIZAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS?
Os antibióticos são, de um modo geral, indicados nos casos de controle de infecções. Na cavidade bucal,são indicados em infecções nas quais os procedimentos
odontológicos já foram realizados sem alcançar o resultado esperado; no pós-operatório de procedimentos cirúrgicos; ou ainda no pré-operatório em pacientes suscetíveis às infecções oportunistas. A indicação de antibiótico só deve ser realizada pelo cirurgião-dentista após avaliação adequada.

2. HÁ EXAMES ESPECÍFICOS PARA ESTA FINALIDADE?
Sim. Existem testes microbiológicos que analisam o tipo de agente causador da infecção, conhecidos por cultura microbiológica. Estes testes laboratoriais iden-
ti cam a espécie da bactéria que está causando a infecção e, subseqüentemente, são realizados exames de antibiograma, determinando qual antibiótico deve ser
usado para a bactéria causadora da infecção. Existem ainda testes moleculares capazes de detectar a presença de microrganismos e de genes associados à resistên-
cia bacteriana frente aos agentes antimicrobianos.

3. QUAIS SÃO AS CONTRA-INDICAÇÕES DO SEU USO?
O uso indiscriminado de antibióticos leva ao aparecimento de cepas bacterianas resistentes na comunidade. Infelizmente, a automedicação é um erro cultural da
população, que atualmente colhe prejuízos individuais e coletivos à sociedade. O uso de antibióticos deve ser analisado quando indicado aos pacientes com proble-
mas de fígado, rins; para crianças e idosos.

4. QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DE SUA UTILIZAÇÃO?
Basicamente, o maior benefício da administração de antibióticos é o controle da infecção. A medicação antimicrobiana, dependendo da natureza da indicação
de sua prescrição, é uma terapia coadjuvante ao tratamento odontológico. Não deve ser empregada sozinha, devendo estar na maioria das vezes associada aos
procedimentos odontológicos.

5. QUAIS OS RISCOS INDIVIDUAIS AO PACIENTE?
Várias reações adversas e efeitos colaterais podem ser observados, dentre eles alterações gastrintestinais (náuseas, vômitos e diarréia), hipersensibilidade (reações alérgicas), toxicidade renal e hepática, erupções cutâneas e ulcerações na boca.
Há ainda possíveis interações entre medicamentos,como por exemplo, a interação com o álcool. A relação custo-benefício da sua administração deve ser avaliada pelo cirurgião-dentista.

6. QUAIS SÃO OS RISCOS COLETIVOS À SOCIEDADE?
Atualmente, alguns tipos de antibióticos já apresentam seu efeito combatido pelas próprias bactérias.
Este processo é conhecido por resistência bacteriana e é causado pela seleção de microrganismos resistentes quando do uso de antibióticos. Por isso, deve ser
evitado o uso indiscriminado de antibióticos e os antimicrobianos de última geração devem ser restritos ao tratamento de infecções por agentes multiresistentes.

7. EM CASOS DE INFECÇÕES BUCAIS OU ODONTOLÓGICAS, COMO PROCEDER?
Vale ressaltar, novamente, a importância da consulta ao cirurgião-dentista. Este pro ssional é competente e capaz de avaliar a situação, particularizando a forma de tratamento caso a caso. A consulta ao cirurgião-dentista impede a automedicação e evita conseqüências mais graves.

REV ASSOC PAUL CIR DENT 2008;62(4):308

Pericoronarite




1. O QUE É A PERICORONARITE?
É uma inflamação gengival que ocorre geralmente próxima dos terceiros molares (dentes do “siso”), quando estes estão erupcionando (“nascendo”) na cavidade bucal.

2. EM QUAL IDADE A PERICORONARITE É MAIS FREQÜENTE?
Ocorre geralmente entre 17 e 21 anos de idade, coincidindo com a faixa etária na qual erupcionam os terceiros molares.

3. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA PERICORONARITE?
O paciente geralmente apresenta a gengiva inflamada ou infeccionada na parte que recobre o dente em erupção, podendo drenar pus na região;
mau hálito; desconforto ou dor localizada ou irradiada pela mandíbula; inchaço local e regional (região do pescoço abaixo da mandíbula); dificuldade
na abertura e fechamento da boca; dificuldade para falar, mastigar e engolir; dores musculares e articulares na ATM (articulação têmporo-mandibular). Em alguns casos, o paciente pode apresentar febre e “ínguas” (linfoadenodopatia).

4. COMO EVITAR A PERICORONARITE?
Mantendo sempre a rigorosa higiene bucal, através da escovação e passagem do o dentário na região dos terceiros molares, evitando dessa forma o acúmulo e
deposição de alimentos e placa dentária nessa região.
Os bochechos com colutórios bucais podem ainda ser utilizados como medida coadjuvante.

5. COMO TRATAR A PERICORONARITE?
É importante destacar a importância da consulta ao cirurgião-dentista, pois somente este profissional é capacitado para o correto diagnóstico e tratamento. Bochechos com anti-sépticos bucais ou a aplicação de água oxigenada 10 volumes podem auxiliar
no tratamento. Provavelmente, o cirurgião-dentista deverá prescrever medicação analgésica, antiin anti-inflamatória e, se houver necessidade, antibiótico para
controlar a infecção, durante a fase sintomática.
Quando o processo de in amação ou infecção estiver controlado, o excesso de gengiva que recobre
o dente pode ser removido através de procedimento cirúrgico ou ainda, se o dente estiver parcialmente erupcionado, há a indicação da extração do dente. É possível que a pericoronarite recorra se o dente continuar nesta situação de semi-erupção ou
caso a higiene bucal falhe.

Antibióticos danificam os dentes?







ANTIBIÓTICO CAUSA CÁRIE DENTÁRIA?

Não. Apesar de freqüentemente pessoas relacionarem a presença de lesões de cárie com o consumo de antibióticos, principalmente durante a infância, os medicamentos antibacterianos não estão entre os fatores causadores da doença cárie dentária.

POR QUE É COMUM AS PESSOAS RELACIONAREM O USO DE ANTIBIÓTICOS COM A CÁRIE DENTÁRIA?

Alguns pesquisadores afirmam que essa relação é percebida pela população devido ao efeito do antibiótico sobre os microorganismos. Para algumas pessoas, na medida em que os antibióticos destroem os microorganismos, eles também poderiam destruir os dentes. Outra possível explicação para tal relação pode ser devido à utilização em um passado recente do antibiótico tetraciclina em crianças, que levou a manchamentos nos dentes, os quais poderiam ser percebidos pela população como cárie.

A TETRACICLINA MANCHA OS DENTES?

O antibiótico tetraciclina, quando utilizado no período em que os dentes estão sendo formados (dentes de leite anteriores: da metade da gravidez até 4-6 meses de vida; dentes permanentes anteriores: até 7-8 anos de idade) pode induzir a formação de manchas de coloração amarelada ou marrom-acinzentada na estrutura dentária. É importante ressaltar que essas alterações só ocorrem se a tetraciclina for utilizada no período em que os dentes estiverem em processo de formação. Seu uso quando os dentes já estão formados ou mesmo presentes na boca não causa efeito algum ao dente.

ENTÃO, APENAS A TETRACICLINA PODE CAUSAR EFEITOS NEGATIVOS NO DENTE?

É importante refletirmos sobre três pontos:

1º Os antibióticos e demais medicamentos, como xaropes, prescritos para crianças, geralmente apresentam-se sob a forma de suspensões adocicadas, freqüentemente com sacarose, para serem aceitas mais facilmente pelo paciente infantil.

2º Além da presença do açúcar, muitos medicamentos também apresentam alta acidez, favorecendo a perda da porção mineral da estrutura dentária.

3º Pais de crianças enfermas geralmente são menos rigorosos com a higiene bucal de seus filhos.

Assim, uma criança que toma um medicamento adocicado e ácido, de 6 em 6 ou de oito em oito horas, inclusive de madrugada, e com a escovação negligenciada, certamente apresentará maior risco de ter problemas dentários; principalmente se essa condição se mantiver por um longo período de tempo. Sob estas circunstâncias, o uso de qualquer medicamento pode aumentar o risco de desenvolvimento da cárie.

ENTÃO, O QUE CAUSA PROBLEMA NOS DENTES NÃO É O ANTIBIÓTICO, MAS A FORMA COMO ELE É ADMINISTRADO?

Isso mesmo. O que pode aumentar o risco de problemas dentários não é o princípio ativo do medicamento, e sim a forma como ele é administrado: solução adocicada e/ou ácida. Se o mesmo medicamento fosse administrado na forma de cápsulas, comprimidos ou injeções, haveria risco menor de prejuízo aos dentes.

EXISTE ALGUMA MANEIRA DE DIMINUIR A AÇÃO DELETÉRIA DO MEDICAMENTO UTILIZADO NA FORMA DE SUSPENSÃO PARA CRIANÇAS?

Sim. Os possíveis danos dentários decorrentes do uso de medicamentos açucarados podem ser anulados facilmente com a adoção de um hábito simples: realizar a higiene bucal, com escova, pasta e fio dental após cada dose da medicação.

No caso de bebês, limpar os dentes com uma fralda de tecido ou gaze umedecida em água filtrada. No caso de medicamentos ácidos, o ideal seria que eles fossem dados à criança após uma higiene bucal bem feita, pois as bactérias que causam a cárie dentária e a inflamação gengival estão na placa bacteriana, que acumula ao redor dos dentes quando estes não são limpos.

• Luiz Evaristo Ricci Volpato
Doutorando em Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, Professor da Faculdade de Odontologia de Cuiabá.
• Andrea Anzai
Doutoranda em Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.
• Salete Moura Bonifácio da Silva
Professora Doutora da Disciplina de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.
• Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado
Professora Associada da Disciplina de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.

Disfunção da ATM e dores orofaciais.





O que é dor orofacial?

Dor orofacial pode ser definida como uma dor que acomete a região orofacial, ou seja, a boca, a face, a cabeça e o pescoço. São dores que podem ocorrer devido a problemas musculares, da articulação temporomandibular (ATM), dos dentes, dos vasos sanguíneos e/ou dos nervos. Dentre as condições dolorosas mais comuns da região orofacial, destacam-se as dores de origem músculo-esquelética, mais conhecidas pelo termo disfunções temporomandibulares (DTMs).

O que é DTM?

DTM é um termo que inclui um número de problemas clínicos que envolvem a musculatura mastigatória, a ATM e estruturas associadas, ou ambas. Pode gerar dores de cabeça, cansaço muscular, dor nas ATMs, dores próximas à região do ouvido, dores na região do pescoço, mordida instável e/ou dificuldade de mastigação.

Quais são os sintomas mais comuns?

Dor na região do ouvido sem infecção, dor ou desconforto na região da ATM mais comumente ao acordar ou no final da tarde, dor na ATM durante a fala ou a mastigação, dificuldade para abrir ou fechar a boca, cansaço nos músculos da face e/ou da mastigação, sensibilidade dentária quando não há nenhum problema aparente.

O que pode causar DTM?

Cada indivíduo engole cerca de 2.000 vezes por dia, o que gera o contato dos dentes superiores e inferiores. Assim, situações como mordida instável, dentes perdidos, mau alinhamento dentário, apertamento e/ou rangido dos dentes (também conhecido como bruxismo), trauma na cabeça ou no pescoço e má postura podem causar problemas, pois os músculos têm de trabalhar mais para compensar essas falhas. Assim, os músculos podem entrar em fadiga e alterar toda a função do sistema mastigatório, causando dor e desconforto.

O que é o bruxismo?

Bruxismo é o apertamento ou rangido dos dentes, que pode ocorrer enquanto o indivíduo está acordado ou dormindo. É uma atividade danosa ao sistema mastigatório, pois pode gerar desgaste dos dentes ou dor muscular, entre outros problemas. Indivíduos com dentes desgastados, portanto, necessitam de uma avaliação para verificar se possuem quadro de bruxismo ativo e se há necessidade de tratamento. É importante ressaltar que alguns medicamentos podem induzir ou agravar essa situação.

O que eu posso fazer para tratar a DTM?

A maioria dos casos pode ser tratada pela promoção de repouso das articulações e dos músculos mastigatórios. Isso pode ser conseguido por meio de manobras odontológicas, como por exemplo, a confecção de placas oclusais, utilização de medicamentos e, fundamentalmente, pela aquisição de novos hábitos saudáveis. Em muitos casos, o paciente po­de apresentar melhora com manobras simples, como adoção de dieta com alimentos macios, exercícios físicos para os músculos da mastigação, educação das funções mastigatórias, compressas quentes e frias e controle do apertamento dentário. Em casos muito específicos, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica.

A DTM é permanente?

Essa condição é episódica e pode ocorrer em fases de estresse ou após algum evento físico (como um trauma) ou emocional. É fundamental, entretanto, que o paciente procure por tratamento para que a dor não se torne crônica (de longa duração), o que torna o tratamento muito mais difícil.

Texto extraído da Revista APCD Vol 62 - 6

Implantes Dentários



Implantes Dentários

O que são implantes dentários?

Implantes dentários osseointegráveis são parafusos confeccionados em titânio puro que podem ser colocados dentro dos ossos maxilares, funcionando como fixação para diferentes tipos de próteses dentárias: de um único dente, de vários dentes, ou até mesmo de todos os dentes. Os pacientes costumam confundir implantes com próteses fixas; na realidade, implantes servem para substituir as raízes dos dentes, em situações de perda ou impossibilidade de aproveitamento destas.

Qualquer paciente pode receber implantes?

Praticamente todos os pacientes em bom estado geral (que não apresentem doenças de ordem médica) podem receber implantes dentários. Alguns fatores podem influenciar no sucesso do tratamento, como, por exemplo, o fumo e a diabetes, devendo ser avaliados previamente. O procedimento de implantação oral é um ato cirúrgico e uma adequada avaliação é necessária antes de qualquer cirurgia bucal.

Por que alguns pacientes precisam de enxertos ósseos?

A necessidade de enxertos ósseos é freqüente. Eles podem ser feitos em uma cirurgia prévia à implantação e, nesse caso, os implantes serão colocados após um período de cicatrização óssea de 6 a 12 meses. Quando possível, o enxerto é realizado na mesma cirurgia de colocação dos implantes.

É preciso realizar algum tratamento antes de colocar os implantes?

Em alguns casos sim. Deve-se eliminar qualquer processo infeccioso pré-existente na cavidade oral, ou seja, tratamento periodontal (gengival), extração de dentes com focos de infecção bem como tratamentos endodônticos (canais) devem ser realizados anteriormente à implantação. Todos esses aspectos fazem parte de um planejamento inicial realizado pelo profissional, que deve ser discutido abertamente com o paciente, antes do início do tratamento.

Dói muito para colocar os implantes?

Não. Obviamente trata-se de um procedimento cirúrgico e um certo edema (inchaço) é esperado, especialmente nos primeiros 5 dias pós-operatórios. O edema é tanto maior quanto maior o porte da cirurgia. Cirurgias de enxerto ósseo costumam provocar maior trauma. Entretanto, existem medicações específicas para o controle da inflamação pós-operatória, assim como antibió-ticos (remédios que combatem infecção) e analgésicos, que o cirurgião poderá prescrever em caso de necessidade.

Quanto tempo demora o tratamento?

Depende de cada caso. Após a colocação, os implantes permanecem em repouso por um período que varia de 2 a 6 meses, para que ocorra o fenômeno biológico da osseointegração (união direta do titânio ao osso), após o qual os implantes são descobertos e uma prótese dentária é conectada ao implante por meio de uma parte secundária denominada “abutment” ou pilar. Em casos que envolvem enxerto ósseo, o tratamento fica inevitavelmente mais longo. Em alguns casos específicos, a prótese pode ser instalada já no dia da cirurgia de implantação.

Existe perigo de rejeição?

Não. A taxa de sucesso dos implantes osseointegráveis é alta, havendo diversos estudos científicos comprovando sua eficácia, mesmo após muitos anos em função mastigatória. Existe, porém, uma possibilidade pequena de perda do implante (não ocorrência da osseointegração), em torno de 2 a 3% dos casos, normalmente logo após o período de repouso pós-implantação. Nesses casos o implante é removido facilmente, podendo um novo implante ser recolocado no local.

Como devo cuidar dos implantes após o tratamento? Podem existir complicações relacionadas aos implantes?

Os implantes, assim como os dentes e gengivas, têm de ser muito bem limpos, utilizando-se os dispositivos (fio dental e escova) recomendados pelo seu cirurgião-dentista.
A principal complicação biológica é a periimplantite (doença que acomete o osso e a gengiva ao redor do implante). Podem também ocorrer problemas relacionados a planejamentos de tratamento inadequados ou a implantes colocados em posições desfavoráveis. As complicações biomecânicas mais freqüentes são a fratura ou o afrouxamento dos pequenos parafusos que prendem as próteses. Fraturas de implantes podem ocorrer, embora sejam mais raras. O mais importante é o comparecimento regular do paciente às consultas de manutenção para prevenir ou diagnosticar precocemente qualquer alteração.

Orientações Sugeridas por Mauro Tosta - Coordenador do Curso de Formação em Implantodontia da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas - Regional Jd. Paulista.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Herpes Labial






Herpes Labial

O que é o herpes?

O herpes simples é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus chamado Herpes hominis virus. Existem dois tipos de vírus do herpes simples: o tipo 1 e o tipo 2. Geralmente, o tipo 1 é responsável pelos casos de herpes labial, e o tipo 2, pelo herpes genital.



Como acontece a transmissão do vírus?

A infecção pelo herpes se dá através do contato direto com lesões infectadas pelo vírus. Esse primeiro contato se dá, invariavelmente, durante a infância. A situação mais comum de contágio é aquela em que algum dos pais ( ou parentes próximos) é portador do vírus, apresenta as lesões em lábio e entra em contato direto com a pele da criança.

O que acontece depois que a criança se contamina?

Após o contato com as lesões, a pessoa passa por uma fase de incubação do vírus, que dura em torno de 10 dias. Após esse período, algumas crianças podem apresentar a primo-infecção herpética ou estomatite herpética primária. Essa fase é marcada por manifestações clínicas, como febre, mal estar geral, irritabilidade, cefaléia, perda de apetite e linfadenopatia. A seguir, podem surgir bolhas na boca, nos lábios e na pele em torno dos lábios. Logo as bolhas se rompem, formando úlceras extremamente dolorosas e sangrantes. O quadro clínico tem resolução espontânea em cerca de 15 dias. Apesar da severidade da manifestação primária do herpes, apenas 1% dos pacientes que são infectados pelo vírus desenvolvem a doença clínica: 99%, apesar de infectados, não apresentam sinais ou sintomas clínicos.

Mas não são os adultos que apresentam a doença com mais freqüência?

Sim. Na verdade, são poucas as crianças que apresentam as lesões em pele ou boca. Após o contágio inicial (tendo ou não apresentado as manifestações clínicas), o vírus fica “dormente” dentro do organismo e só volta a apresentar manifestações clínicas a partir da adolescência. As manifestações clínicas que acontecem na fase adulta ocorrem pela reativação do vírus que estava “dormente” e estão, geralmente, ligadas à queda de imunidade.

Quais as causas da reativação do vírus?

Alguns fatores desencadeantes comuns são: febre, exposição ao sol, distúrbios gastrointestinais, trauma mecânico, estresse e períodos menstruais.

Como são as lesões recorrentes?

As manifestações secundárias não são tão graves como as da primo-infecção. As lesões restringem-se, na maioria dos casos, à região perioral ou perinasal, aparecendo na forma de pequenas bolhas que estouram e são recobertas por uma crosta durante o processo de cicatrização. O curso clínico da estomatite herpética secundária finda em torno de 8 dias.

Existe cura para o herpes?

Não, mas existe tratamento. O tratamento visa diminuir a freqüência com que os episódios ocorrem. Atualmente, os tratamentos envolvem drogas como o aciclovir, empregadas de forma local e sistêmica, e aplicações de laser de baixa intensidade.

Cancer bucal

Prevenção do Câncer Bucal.

O câncer de boca ocupa uma posição de destaque entre os tumores malignos do organismo devido a sua relativa incidência e mortalidade. A prevenção e o diagnóstico precoce podem ser realizados pelo cirurgião-dentista através dos seguintes procedimentos: correto exame clínico; afastamento dos fatores co-carcinógenos; diagnóstico e tratamento das lesões cancerizáveis; exames complementares (principalmente biópsia e citologia exfoliativa) e orientação e estimulação ao auto-exame.

O que são e quais são os fatores co-carcinógenos?

São fatores que predispõem o paciente a desenvolver um tumor maligno; na boca, podemos citar principalmente o etilismo (álcool) e o tabagismo (cigarro, cachimbo etc.), as condições precárias de higiene (dentes quebrados, raízes residuais, tártaro etc.) e as próteses inadequadas ou em más condições (dentaduras e pontes fraturadas ou que causam algum ferimento).

O que são lesões cancerizáveis?

São enfermidades bucais que, quando não tratadas, podem evoluir para um câncer.

O que causa o câncer oral?

A etiologia é desconhecida, porém, alguns fatores são relacionados ao aparecimento dessas lesões. Os principais são: tabagismo, etilismo, traumatismos mecânicos e, nos cânceres de lábio inferior, também pode-se citar os raios solares.

Como o cigarro atua?

Durante o ato de fumar, são liberadas inúmeras substâncias químicas junto à fumaça, algumas reconhecidamente cancerígenas. Outra ação seria o calor produzido principalmente pelo cachimbo.

Como se faz o auto-exame e o que procurar?

Diante do espelho, com uma boa iluminação, deve-se inspecionar e palpar todas as estruturas bucais e do pescoço. Durante o auto-exame, os principais indícios a serem observados são: feridas que permanecem na boca por mais de 15 dias, caroços (principalmente no pescoço e embaixo do queixo), súbita mobilidade dental, sangramento, halitose, endurecimento e ou perda de mobilidade da língua. É importante frisar que a dor pode ser um sinal de lesão avançada.

Qual o perfil do paciente com câncer bucal e qual a região mais atingida?

Geralmente são homens (86,07%), com idade entre 45 e 55anos, brancos (84,84%) e tabagistas (95,08%). A região da boca mais atingida é a língua, seguida do assoalho bucal e lábio inferior.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é simples. Após o exame clínico, o profissional, suspeitando de um tumor maligno, realiza uma biópsia, que consiste na remoção de um pequeno fragmento da lesão para posterior exame microscópico.

Como é feito o tratamento?

O tratamento pode ser realizado através de cirurgia, radioterapia e quimioterapia, podendo ser associados ou não.

Existe cura para o câncer?

Sim, e quanto mais cedo for diagnosticado (diagnóstico precoce), maiores são as chances de cura, sendo as seqüelas menores e, portanto, maior a qualidade de vida.

Cirurgia ortognática



Cirurgia Ortognática

O que é a Cirurgia Ortognática?

A cirurgia ortognática é realizada para correção de desarmonias faciais. Nesses casos, os maxilares (maxila e mandíbula) não se encontram posicionados corretamente, resultado de um crescimento desordenado dos ossos da face, de um posicionamento incorreto dos dentes ou de algum trauma, gerando alterações na mastigação, respiração e fala. O desequilíbrio na face gera problemas funcionais e insatisfação pessoal. Os pacientes podem apresentar alterações no sorriso, na oclusão (encaixe dos dentes), dores cervicais e perdas dentárias. A cirurgia corretiva capaz de reposicionar os dentes e ossos da face adequadamente e criar uma aparência mais equilibrada e satisfatória é a cirurgia ortognática.

Como a Cirurgia Ortognática é realizada e onde pode ser feita?

A cirurgia é realizada em ambiente hospitalar, sob anestesia geral, sendo necessária a realização de exames pré-operatórios e avaliação cardiológica e de outras especialidades médicas, se necessário. O paciente passará por um anestesista para esclarecimentos a respeito da anestesia geral. Durante a cirurgia, realiza-se o devido reposicionamento dos ossos da face, que são imobilizados com placas e parafusos de titânio, permitindo ao paciente sair de boca aberta do procedimento. Em apenas algumas horas realizamos a correção do problema facial e da mastigação. A cirurgia é totalmente realizada por dentro da boca, sem a existência de cicatrizes na pele. Programa-se toda a cirurgia com antecedência, o paciente recebe um preparo nutricional, psicológico e físico e a cirurgia é agendada para a melhor época, tanto para o paciente como para o ortodontista e o cirurgião.



Realiza-se algum preparo para essa mudança?

É fundamental, para um bom resultado cirúrgico, a realização de um planejamento por parte do ortodontista e do cirurgião. Esses profissionais realizarão uma detalhada avaliação das condições funcionais dos dentes e maxilares, a fim de estabelecerem o plano de tratamento. Dessa forma, será estabelecido todo o preparo ortodôntico antes da cirurgia para correção do posicionamento dos dentes dentro de suas bases ósseas, para que a cirurgia posicione adequadamente as bases ós-seas entre si. O preparo ortodôntico requer tempo e paciência, em média de um a dois anos antes da cirurgia. A mordida nesta fase tende a piorar, mas isso é temporário e importante para o sucesso da correção cirúrgica meses depois.

Como é o pós-operatório?

Geralmente o paciente permanece hospitalizado cerca de um a dois dias, quando então continua sua recuperação em casa. Inicialmente, apresentará inchaço na face, dificuldades para falar e realizar atividades. A dor não é freqüente, pois a região operada fica adormecida por alguns meses. A dieta deve ser líquida por dez dias, passando para pastosa até a devida orientação do cirurgião. A fisioterapia é iniciada nas primeiras 24 h após a cirurgia, para drenagem do edema facial e retorno mais rápido das funções mandibulares. O paciente retornará ao cirurgião muitas vezes nos primeiros três meses após a cirurgia, para o devido acompanhamento de sua recuperação. Após duas ou três semanas, geralmente o paciente está apto a retornar a muitas atividades. A recuperação é gradativa, necessitando da compreensão de todos para a mudança ocorrida e o sucesso do procedimento executado.

Quanto tempo depois da cirurgia o tratamento é finalizado?

O paciente retorna ao ortodontista para a finalização ortodôntica cerca de seis semanas após a cirurgia, a fim de realizar o refinamento do posicionamento final dos dentes. Esse processo é variável, durando em média de seis meses a um ano. Após a remoção do aparelho ortodôntico, o paciente permanece com aparelho de contenção por no mínimo um ano e nesta fase pode considerar alguns procedimentos cosméticos para deixar o sorriso ainda mais bonito, tais como clareamento dental, cirurgias gengivais e diversos recursos odontológicos e médicos, a fim de proporcionar a completa satisfação do paciente.

Analgesia inalatória com óxido nitroso

Analgesia Inalatória

O que é analgesia inalatória?

Também conhecida como sedação consciente, é um procedimento clínico no qual é utilizada a mistura de óxido nitroso e oxigênio, inalada previamente ao e durante o procedimento odontológico, por meio da qual o paciente apresenta diminuição da freqüência cardíaca e respiratória, proporcionando conforto e bem-estar durante o atendimento, frente ao quadro de estresse, ansiedade ou nervosismo.

A analgesia inalatória com óxido nitroso e oxigênio está indicada para quais casos?

O procedimento de analgesia inalatória está indicado para pacientes odontofóbicos, ansiosos, nervosos e doentes como diabéticos, hipertensos, ou cardiopatas controlados, etc. Vale ressaltar que, sempre que houver doenças sistêmicas, a avaliação da oportunidade de tratamento deve ser feita junto com o médico responsável.

Há contra-indicações de uso? Quais seriam?

Normalmente, em pacientes portadores de patologias do trato respiratório superior, como aumento das adenóides, desvio de septo nasal, pólipos nasais (“carne esponjosa”), patologias do seio maxilar (sinusite infecciosa), e do trato respiratório inferior (infecções pulmonares, doenças pulmonares obstrutivas crônicas – DPOC – e doenças do volume pulmonar, como enfisema e bronquite crônica), além de pacientes com histórico de acidente vascular cerebral (derrame). Em pacientes psiquiátricos, paranóicos, esquizofrênicos e psicóticos, o uso da máscara nasal pode ser dificultado.

Quais são os benefícios e as vantagens de utilização da técnica?

A analgesia é de fácil aplicação, provocando a redução da freqüência cardíaca e respiratória, proporcionando conforto e bem-estar, eliminando a ansiedade e o estresse causado durante o atendimento odontológico. A analgesia, porém, não deprime o miocárdio (músculo do coração) e a função hepática (fígado), não provoca irritações nas mucosas e não produz espasmos brônquicos.

E quais seriam as desvantagens?

Infelizmente a técnica ainda é pouco difundida no Brasil, sendo cara a aparelhagem necessária. O profissional precisa estar habilitado, capacitado e devidamente treinado à realização do procedimento clínico sob analgesia inalatória.

Há riscos na sua utilização?

Basicamente, não há riscos. Entretanto, pela possibilidade da interferência na síntese de DNA, o emprego em gestantes é contra-indicado. Atenção especial em pacientes anêmicos, leucêmicos e imunocomprometidos.

No atendimento, o paciente é monitorado?

Sim. Durante todo o procedimento de analgesia inalatória por óxido nitroso e oxigênio, o paciente deve ser monitorado por oximetria (taxa de oxigênio no sangue), eletrocardiograma (mede a atividade elétrica do coração) e pressão arterial.

Há reações adversas decorrentes de sua utilização?

Desde que seguido corretamente o protocolo de utilização, são raras as reações adversas. Pouquíssimos pacientes apresentam náuseas e, para evitar esse desconforto, é recomendado estar em jejum antes da aplicação.

Orientações sugeridas por Irineu Gregnanin Pedron - Mestrando da Disciplina de Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo e JOÃO MIGUEL FALQUEIRO - Professor do Curso de Habilitação em Analgesia Inalatória do CECATE.

Apicectomia

Apicetomia

0 que é apicetomia?
É uma cirurgia que tem por finalidade a remoção da lesão que se forma no ápice (ponta da raiz do dente). Existem dois tipos básicos de cirurgia: uma que apenas remove a lesão através de curetagem e outra que, além disso, remove o ápice da raiz.

Por que ocorre essa lesão na ponta da raiz?
Nessa região da raiz, existe um orifício pelo qual passam vasos e nervos que vão nutrir a polpa dentária. Quando a polpa está infectada, a região do ápice também poderá estar infectada e aí se forma um processo inflamatório.

Como isso e resolvido?
Normalmente, apenas a remoção da polpa dentária e a desinfecção do canal (tratamento de canal) são suficientes para promover a cura.

Então, por que é necessário realizar a cirurgia?
Porque nem sempre só com o tratamento consegue-se a eliminação da lesão no ápice da raiz.

Essa lesão causa dor?
Nem sempre. Muitas vezes, ela é assintomática, de desenvolvimento gradual e lento, provocando destruição óssea da região. Na maioria das vezes, apenas com a radiografia essa lesão poderá ser percebida.

Não há outros recursos? Tomar antibióticos resolve?
A prescrição de antibióticos em determinadas circunstâncias é um bom auxiliar; porém, a intervenção cirúrgica é necessária para a cura completa. Através dela, removem-se tecidos contaminados que estão fora do alcance das medicações.

0 problema estará resolvido definitivamente com essa cirurgia?
Dificilmente ocorrerá recidiva do processo. Esse fato é mais freqüente quando apenas se faz a curetagern sem a remoção da ponta da raiz. Aconselha-se controle radiográfico periódico.

0 dente ficará menos resistente a forças mastigatórias?
Não. Ficará menos resistente, certamente, se a lesão progredisse em volta da raiz, por falta de tratamento.

Poderá ser realiza da em qualquer tipo de dente?
0 acesso é mais fácil nos dentes anteriores superiores. Dependendo da anatomia e das condições locais, é possível que essa cirurgia seja realizada em outros dentes.

É uma cirurgia complicada?
Não é uma cirurgia complicada, pois não existe grande manipulação dos tecidos.

0 que se sente nas horas seguintes à cirurgia?
Normalmente, o pós-operatório é indolor ou provoca um desconforto mínimo, o que se resolve com analgésicos.

Orientações sugeridas por Maria da Graça Naclério Homem - Professora Doutora da Disciplina de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo e Responsável pelos Serviços de Estomatologia e Cirurgia Buco-Maxilo-Facial do Hospital Heliópolis - SUS-SP.
REVISTA DA APCD V. 51, Nº 3, MAI./JUN. 1997

Traumatismos dentários

Traumatismos Dentários

Situações de emergência envolvendo a boca e os dentes quase sempre se transformam em experiências dramáticas para pais e crianças. As estatísticas mostram que cerca de 14% das crianças e adolescentes passam, de alguma forma, por essas situações de emergência.

Por isso, é importante estar preparado para se ter a atitude correta num momento desses.

Apresentaremos, assim, os traumatismos mais comuns e qual a melhor atitude que deve ser tomada em tais circunstâncias.

Cortes e sangramentos

Quando uma criança sofre um traumatismo que provoca corte ou sangramento, deve-se colocar no lugar, sobre o ferimento, uma compressa de gaze ou pano limpo e pressionar bem, para que o sangramento seja controlado. Muitas vezes, é necessário suturar o ferimento, para que a cicatrização se processe de maneira adequada, e, tão logo seja possível, deve-se consultar um dentista.

Os primeiros passos de uma criança

Os acidentes mais comuns que ocorrem na dentição de leite são os que envolvem bebês e crianças que estão aprendendo a andar.

0 dente amolece em seu alvéolo ou é deslocado de sua posição original, podendo se deslocar para dentro do alvéolo (intruir) ou descer, dificultando o fechamento da boca.

0 dentista deve ser consultado, para que a extensão do dano seja avaliada. Muitas vezes, esse dano é maior do que aparenta ser.

Freqüentemente, é preciso radiografar o dente e observar por um período determinado. 0 dentista deve também orientar os pais sobre os cuidados a serem tomados na área afetada, assim como sobre futuros problemas que poderão comprometer a dentição permanente.

Mudança de cor do dente que sofre traumatismo

É comum ocorrer, após 2 ou 3 dias do acidente, uma mudança de cor, um escurecimento da coroa do dente. Essa mudança pode se perpetuar; nesses casos, quase sempre há perda de vitalidade do dente, e um tratamento de canal se faz necessário.

Nos dentes de leite, nem sempre uma mudança de cor da coroa significa perda da vitalidade e, em muitos casos, a cor poderá retornar, ao seu normal. 0 dentista deve ser consultado, para ser feito o acompanhamento.

Dente fraturado

É comum a fratura de um ou mais dentes em conseqüência de um traumatismo. Além disso, muitas vezes, pode ocorrer que o nervo do dente se danifique.

Deve-se sempre consultar o dentista, para que ele possa avaliar a extensão do dano, tratar a fratura e prevenir eventualmente problemas da vitalidade futura do dente.

A melhor maneira de se evitarem fraturas nos dentes é prevenilas; assim, no caso de esportes, como andar de bicicleta, andar de "Skate", basquete, vôlei, jogos de futebol ou "rugby" e outros esportes coletivos, é importante o uso de protetores bucais.

Converse com o seu dentista a respeito.

Perda total de um dente

Em certas circunstâncias, como impactos horizontais, é comum acontecer um deslocamento total do dente.

É essencial que determinadas condutas sejam adotadas imediatamente, para que se aumentem as chances de salvar esse dente.

Se o dente for de leite, a colocação deste de volta em seu lugar não é indicada; a probabilidade de sucesso é mínima.

No caso do dente permanente, o reimplante é indicado.

Para que se obtenha sucesso no reimplante, é necessário:

- Manter a calma e fazer a criança morder uma gaze ou um pano limpo, com pressão para que se possa controlar o sangramento.

- Ache o dente.

- Pegue o dente somente pela coroa. Não toque na raiz.

- Resíduos devem ser cuidadosamente retirados do dente com soro fisiológico ou leite morno. Não esfregue o dente.

- Coloque o dente de volta no seu lugar (no alvéolo) na boca da criança. Não se esqueça: a parte côncava do dente é do lado de dentro da boca. Faça a criança morder uma gaze ou um pano limpo, para que o dente se mantenha na posição. Procure imediatamente um dentista.

- Se você não conseguir colocar o dente em sua posição, mantenha-o em uma solução de soro fisiológico ou em leite morno ou mesmo na boca da criança (debaixo da língua) e procure imediatamente um dentista. 0 resultado final de um reimplante depende muito do período que o dente ficar fora do alvéolo e da conservação do mesmo nesse período. 0 dente deverá ficar fora de seu alvéolo o menor tempo possível.

0 dente reimplantado deverá ser "fixado" pelo dentista em sua posição e ter o seu canal tratado; mesmo assim, com o decorrer do tempo, haverá uma diminuição do tamanho de sua raiz. 0 tempo médio da permanência de um dente reimplantado na boca é de 1 até 5 anos; muitas vezes, esse tempo é o necessário para que a oclusão se defina e novas condutas possam ser tomadas.

REVISTA DA APCD V. 51, Nº 2, MAR./ABR. 1997

Implantes odontológicos

Implantes Odontológicos

0 que são implantes osseointegrados?
São uma nova geração de implantes, introduzidos a partir da década de 60, mas que só agora atingem um grau de aceitabilidade pela comunidade científica internacional. São, normalmente, parafusos de titânio introduzidos cirurgicamente nas áreas desdentadas e, sobre eles, são instalados dentes artificiais (prótese dentária).

0 que existe de mágico no titânio?
Nada. É um material usado em Ortopedia há muitas décadas. Simplesmente o titânio não sofre corrosão quando inserido no corpo humano e não apresenta fenômenos de rejeição imunológica.

Em que situações não deve ser colocado?
Apenas em 2 situações: em pacientes com determinados problemas de saúde de ordem geral e quando não houver espessura e altura óssea suficientes para acomodar os implantes.

E quanto à idade?
Não existe limite de idade: a partir da puberdade, qualquer pessoa pode receber implantes.

Se não tiver osso suficiente, existem maneiras de aumentar a quantidade de osso disponível?
Sim. Dever ficar muito bem claro que esses procedimentos são relativamente novos, ainda não suficientemente testados, e só devem ser empregados em casos absolutamente necessários, com total conhecimento de todos os riscos e custos por parte do paciente.

Quanto dura a cirurgia para instalar o implante?
Normalmente, entre 60 a 90 minutos. Somente em casos excepcionais esse tempo é dilatado.

Quais os riscos cirúrgicos?
Mínimos. A cirurgia é feita normalmente com anestesia local e é muito mais simples que outros procedimentos cirúrgicos odontológicos, como a extração de um dente incluso, por exemplo. 0 pós-operatório é muito bom e a maioria dos pacientes não relata qualquer incômodo maior.

A prótese é colocada imediatamente após a cirurgia?
Para os casos de próteses totais, elas são colocadas 3 ou 4 dias após a cirurgia e, em casos de próteses parciais, muitas vezes, não fica nenhum dia sem a prótese. Quase sempre são próteses provisórias, sendo substituídas depois de alguns poucos meses pelas definitivas.

A prótese fixada por implantes é melhor que as convencionais "ponte móvel" e "dentadura"?
A exemplo das próteses fixadas sobre os dentes, as fixadas sobre os implantes têm como maior vantagem não se soltarem durante a mastigação, propiciando maior conforto, segurança e eficiência.

Os resultados estéticos são bons?
Expectativa demasiada é comum mas, normalmente, é sucedida de uma certa parcela de frustração. Em muitos casos, a solução estética é apenas aceitável.

Todas as próteses fixadas ou não sobre os implantes não são como os dentes na turais. 0 melhor é pensar nas vantagens funcionais.

Quanto tempo dura um implante? Qual a chance de dar certo?
Pode-se afirmar que 95% dos casos, se os implantes não forem perdidos nos do primeiros anos de uso, durarão toda a vida. Estudos demonstram que implantes de boa procedência apresentam taxas de sucesso acima de 90% no maxilar superior e, 97%, no inferior.

Do que depende o sucesso do implante?
De vários fatores, mas o principal é a observância do protocolo (receita completa de como e quando se faz o implante). E necessário que o profissional seja meticuloso e treinado na técnica.

Porque é tão caro?
0 preço está em visível queda. Adiar a colocação do implante, por razões financeiras, é melhor do que colocar um sistema mais barato e não confiável.

Informações sugeridas pelo Núcleo de Apoio à Pesquisa em Implantes Odontológicos - NAPIO - Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Coordenador: Aguinaldo Campos Júnior.
REVISTA DA APCD V. 48, Nº 4, JUL./AGO. 1994

Dentes do siso

Dentes do Siso

Quantos dentes do siso existem?
Existem quatro dentes do siso: dois superiores, sendo um direito e um esquerdo, e dois inferiores, também direito e esquerdo.

Em que idade eles normalmente erupcionam?
A erupção ocorre normalmente dos 17 aos 20 anos; portanto, são os últimos dentes da dentição a erupcionar.

Todo mundo tem o dente do siso?
Não.

Por que às vezes eles não erupcionam?
Porque algumas pessoas não possuem mesmo o dente do siso (germe dental); às vezes, não erupcíonam por falta de espaço na arcada dental, ou ainda, pela posição horizontal do dente, o que dificulta a sua irrupção.

0 que acontece se ele ficar dentro do osso (não erupcionar)?
Pode produzir reabsorções de dentes vizinhos, transtornos dolorosos ao paciente e possíveis degenerações (lesões císticas).

0 que acontece se ele erupcionar parcialmente?
A erupção parcial ocorre geralmente por falta de espaço na arcada ou pela posição horizontal do dente. Ambos os casos dificultam a erupção, ocorrendo, dessa forma, a erupção parcial do siso. Esse quadro pode provocar gengivites (inflamação da gengiva), abscessos na região, irritação local, dor e edema.

É verdade que o dente do siso empurra os outros dentes, provocando mudanças de posição?
Há duas correntes: a primeira diz que, se houver espaço suficiente para a erupção do siso e o paciente não tiver tendência a apinhamento (mudança de posição), não haverá roblemas; já a segunda diz que, se o espaço for insuficiente e o paciente, submetido à ortodontia e com tendência a apinhamentos, ou mesmo, só submetido à ortodontia, mas com a mesma tendência, poderá ter problemas futuros, como o apinhamento de dentes.

Quando a gengiva do dente do siso que está erupcionando inflama, o que fazer?
Deve ser feita a remoção do tampão gengival que cobre parcialmente a superfície dental (ulectomia) ou a curetagem gengival, ambos realizados pelo profissional. 0 paciente, para melhorar esse quadro inflamatório, poderá realizar higiene oral rigorosa no local; bochechos com anti-sépticos bucais podem amenizar o quadro, mas, para resolver o problema, o paciente deverá procurar um cirurgião-dentista.

Quando é indicada a extração do siso?
A sua extração está indicada na ausência de espaço para a erupção, no posicionamento horizontal do siso, nos quadros de dor e quando se inicia a erupção e esta não se completa, ou seja, há erupção parcial do siso. Quando se faz a extração de um siso, provavelmente terá que ser feita a extração de ambos os sisos do mesmo lado, isto é, do superior e do inferior.

Orientações sugeridas por Jorge Gdikian Filho - Assistente Efetivo do Setor de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial da Disciplina de Face e Pescoço do Departamento de Cirurgia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

REVISTA DA APCD V. 50, Nº 6, NOV./DEZ. 1996